Um jardim é um espaço planejado para a exibição de plantas e flores. Um jardim tem as cores e o cheiro de quem o planta. Um jardim pode exalar perfume ou odores fétidos. O jardim é a metáfora de Cândido, protagonista de mais um romance que acabo de ler durante a quarentena que me tem isolado do contato com seres humanos de verdade. “Cândido ou o Otimismo”, escrito por Voltaire, conta a história de um homem que nasce servo e se transforma socialmente, sem nunca perder a sede de conhecimento e de entender a essência do ser humano. Apaixonado por uma mulher que lhe escapa das mãos algumas vezes, Cândido traz a doçura no nome, mas carrega a amargura nas aventuras que a vida arremessa a sua frente. Um questionador nato, ele, após perder a ingenuidade em uma quarentena que, assim como nós, sem ter o recurso do Zoom, o isola de quem ele mais ama, conclui: “vamos cultivar nosso jardim”. Recomendo esta flor de livro para o seu jardim.
Anderson Borges Costa, brasileiro, é autor dos romances “Rua Direita” (Chiado, 2013), “Avenida Paulista, 22″ (Giostri, 2019) e do livro de contos “O Livro que não Escrevi” (Giostri, 2016 – do qual, um dos contos foi traduzido para o inglês no Canadá), além das peças teatrais “Quarto Feito de Cinzas” (traduzida para o italiano para ser apresentada na Itália), “Elevador para o Paraíso” e “Três por Quarto”. Premiado no Prêmio Guarulhos de Literatura (categorias Livro do Ano e Escritor do Ano) e no Concurso Literário do Instituto Federal São Paulo. É coordenador do Departamento de Português da escola internacional Saint Nicholas, em São Paulo, onde também atua como professor de Português e de Literatura Brasileira. É professor de Inglês no curso Cel Lep. Formado e pós-graduado pela Universidade de São Paulo em Letras (Português, Inglês e Alemão), é crítico literário e resenhista de livros para várias revistas de arte e literatura, como a “Germina”, onde assina a coluna “Adrenalina nas Entrelinhas”. É paulistano e nasceu em 29 de janeiro de 1965. Participou do último filme da diretora Anna Muylaert, “Mãe só há uma”, fazendo uma figuração como o professor de literatura do protagonista.
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2 comentários em “O Cândido, de Voltaire, é um bom adubo para o nosso jardim”
Que vontade de ler….. um jardim bem cultivado! Daqueles que nos trazem prazeres ou não ….Adoro sua escrita!
Que vontade de ler….. um jardim bem cultivado! Daqueles que nos trazem prazeres ou não ….Adoro sua escrita!
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Faz a turma ler Cândido, Anderson. Tento mas Bia não quer.
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