
Há um ano estive na Índia e, de todas as viagens que fiz aos cinco continentes, com certeza, esta foi a experiência em que me senti mais longe do Brasil. Apesar de, como o Brasil, ser um país ricamente pobre, a Índia se apresenta ao mundo com uma aquarela de cores bem distintas de nós. Para não perder de vista o gosto que o subcontinente indiano me trouxe, li agora um romance que veio na bagagem desta viagem. Da jovem e premiada autora Arundhati Roy, “O Deus das Pequenas Coisas” é a história de dois irmãos gêmeos, um menino e uma menina, que são obrigados a se separar, ainda crianças, para se encontrarem décadas depois. Assim como o Brasil e a Índia, os irmãos Esthappen e Rahel se sentem muito distantes, uma distância que se acentua pela semelhança entre si, mas, ao se encontrarem, tentam tratar de uma ferida que teima em não cicatrizar. Arundhati Roy é uma ótima porta de entrada para a moderna literatura indiana.
English: One year ago I went to India and, from all the trips I took to the five continents, this was for sure the one that made me feel the farthest from Brazil. Although it is, like Brazil, a richly poor country, India has different colors than Brazil. In order not to lose the cool taste India has provided me with, I have now read a novel that I brought along from this trip. By young author Arundhati Roy, “The God of Small Things” is the story of two twins, a boy and a girl, who are forced to drift apart at a young age, to reunite decades later. Just like Brazil and India, the twins Esthappen and Rahel feel the distance between them grow as time goes by – a distance that is fed by the similarities in them. When they meet again, they try to heal a wound which never seems to disappear. Arundhati Roy is an excellent door to modern Indian literature.
Gostei muito tanto da história quanto do estilo literário da autora. Também provoca reflexões sobre cultura e aflições humanas.
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