
Acabo de ler “Eneida”, um grande poema épico, publicado no ano 19 antes de Cristo. Escrito pelo poeta romano Virgílio, “Eneida” é uma continuação da “Ilíada”, de Homero, e é um fio que aponta para o futuro, pois, a partir de Virgílio, foram escritos, séculos depois, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, e “Os Lusíadas”, de Camões. “Eneida” foi escrito por Virgílio a pedido do imperador Augusto, que queria um poema que cantasse a glória e o poder do Império Romano. Neste sentido, “Eneida” está para o imperador Augusto, assim como “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, está para Getúlio Vargas.
O poema é a história do herói Eneias, um troiano sobrevivente da Guerra de Troia. Ele narra como conseguiu fugir da guerra com o pai e com o filho, com a ajuda de sua mãe, Vênus. A “Eneida” é uma narrativa que envolve amor, traição, muita (mas muita mesmo) luta e que nos traz a história da fundação de Roma. Tivesse vivido uns anos mais, Virgílio poderia ter conhecido um jovem judeu, filho de um carpinteiro, que pregou a paz e acabou crucificado aos 33 anos. A “Eneida” é grande poesia, é mitologia grega e mitologia romana temperadas com história e uma pitada de ufanismo. Mas a leitura é deliciosa, especialmente se for acompanhada de Homero, Camões e Dante. Os poetas conversam em versos, mesmo que separados por séculos. Se o Brasil tem uma forte presença da colônia italiana que imigrou para a América do Sul, talvez Eneias esteja caminhando por nossas esquinas de dura poesia concreta. A obra-prima de Virgílio daria uma boa série na Netflix.
English- I just read “The Aeneid”, a great epic poem, published in the year 19 BC. Written by the Roman poet Virgil, “The Aeneid” is a continuation of Homer’s “Iliad”, and it is a thread that points to the future, since, inspired by Virgil, centuries later, Dante Alighieri’s “Divine Comedy” and Camões´s “The Lusiads” were written. “The Aeneid” was written by Virgil at the request of Emperor Augustus, who wanted a poem that would sing the glory and power of the Roman Empire. In this sense, “The Aeneid” is for Emperor Augustus the equivalent to “Aquarela do Brasil”, by Ary Barroso, for President Getúlio Vargas.
The poem is the story of the hero Aeneas, a Trojan survivor of the Trojan War. He narrates how he managed to escape the war with his father and son, with the help of his mother, Venus. “The Aeneid” is a narrative that involves love, betrayal, a lot (I do mean a lot) of fighting and one which tells the history of the foundation of Rome. Had Virgílio lived a few more years, he could have met a young Jew, the son of a carpenter, who preached peace and ended up crucified at the age of 33. “The Aeneid” is great poetry, it is Greek mythology and Roman mythology seasoned with History and a hint of nationalism. But its reading is delicious, especially if accompanied by Homer, Camões and Dante. Poets talk in verse, even if separated by centuries. If Brazil has a strong presence of the Italian colony that emigrated to South America, perhaps Eneias is walking around our roman-like streets. Virgil’s masterpiece would make a good series on Netflix.
Adorei, Anderson. Você leu em português? Em qual tradução? Beijos
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Sim, Vivian. Li em português, na tradução do Tassilo Orpheu Spalding.
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Ah, querido!
Que narrativa gostosa de ler esta sua publicação. Dá realmente vonrade de assistir à série agora. Fica a dica aos produtores… façamos a campanha!
Beijos e parabéns pelas publicações. Sempre um prazer lê-las.
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Ah, querido!
Que delícia esta sua narrativa. Certamente dá vontade de já assistir à série. Fica a dica para os produtores…
Parabéns pelas publicações! Sempre um prazer lê-las. Beijos e sucesso…
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Grande ideia, Anderson!
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Fantástico. Parabéns cada vez mais teu fã.
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